Canto Geral! nossas inspirações

O que é canto Geral?

“deixo claro que a firmeza do meu canto vem da certeza que tenho, de que o poder que cresce sobre a pobreza e faz dos fracos riqueza, foi que me fez cantador.” (Geraldo Vandré)

31 de março de 1964. Um silêncio autoritário cala as vozes mais brilhantes do país, vivia-se em constante tensão, tinham-se os passos vigiados e as consciências manipuladas. O canto se tornou uma forma de protesto e é aí que surge Geraldo Vandré, que fez da arte uma forma de fazer valer seu direito de cidadão livre diante da repressão. Nesse contexto, chega às lojas de disco o LP Canto Geral, onde os anos duros da ditadura ganham uma versão criticamente musicada. Canto Geral é a máxima da militância ideológica. Não só Geraldo Vandré, mas Pablo Neruda também teve seu “CANTO GERAL” transformado em poesia. Geraldo Vandré e Pablo Neruda se utilizavam desses meios (às vezes únicos) que possuíam para proclamarem seus ideais e denunciarem a realidade em que viviam.

domingo, 28 de março de 2010

O Ato Médico nos ata!

O Coletivo Canto Geral considera o Projeto de Lei do Senado, que define quais são as atividades privativas das médicas e médicos, um retrocesso aos avanços conquistados em benefício da saúde. Este projeto legitima às/aos profissionais da área de medicina o seu poder soberano sobre os demais agentes da equipe de saúde, ferindo os direitos adquiridos, a autonomia dos cinco milhões de profissionais de saúde, e fortalecendo a hierarquia historicamente estabelecida pela sociedade capitalista. Caberá às médicas e médicos o direito de realizar o diagnostico das doenças (nosológico) e a prescrição terapêutica (tipo de tratamento), sobrepondo-se aos encaminhamentos ou as decisões das/dos profissionais de saúde especializados para o tratamento da queixa em questão.
Não se pode deixar a cargo do médico e médicas a tarefa de decidir sobre o tratamento e cuidados em saúde. Ao definir o diagnóstico nosológico como prática exclusiva da profissão da medicina, coloca em risco a acessibilidade e realização de diagnóstico por outros profissionais de saúde, retirando a autonomia desses profissionais, subordinando suas ações ao médico, principalmente, diante de práticas mais emergenciais como consultas ou atendimentos terapêuticos.
Desta forma, os direitos conquistados por essas profissões do exercício daquilo que se dedicaram a estudar e que comprometeram a realizar vêem-se subjugado ao poder médico, que dará o veredito final sobre o que pode ou não ser feito no processo de cuidado com a saúde.
Entendemos que, muito além dos interesses das/dos profissionais que serão atingidos, deve se defender também os direitos da população, principalmente da classe trabalhadora, que é sempre deixada à margem nessa sociedade excludente. A nossa luta é a favor do acesso universal no sistema de saúde, com atendimento qualificado e condições estruturais de funcionamento adequadas para benefício da saúde como garantias básicas para o cidadão que mais necessita de tais políticas públicas.
Convocamos as estudantes e os estudantes, bem como as/os profissionais e toda a população para permanecerem na luta em defesa da autonomia das e dos trabalhadores da área de saúde e, principalmente, pelo compromisso que devemos à sociedade. Acreditamos também na importância da mobilização da classe trabalhadora, pois são estes que mais serão atingidos por essa crescente precarização da saúde pública.

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